sexta-feira, 30 de outubro de 2009

' O amor que choveu *-*


Era uma vez um menino que amava demais. Amava tanto, mas tanto, que o amor nem cabia dentro dele. Saía pelos olhos, brilhando, pela boca, cantando, pelas pernas, tremendo, pelas mãos, suando. (Só pelo umbigo é que não saía: o nó ali é tão bem dado que nunca houve um só que tenha soltado).O menino sabia que o único jeito de resolver a questão era dando o amor à menina que amava. Mas como saber o que ela achava dele? Na classe, tinha mais quinze meninos. Na escola, trezentos. No mundo, vai saber, uns dois bilhões? Como é que ia acontecer de a menina se apaixonar justo por ele, que tinha se apaixonado por ela?
O menino tentou trancar o amor numa mala, mas não tinha como: nem sentando em cima o zíper fechava. Resolveu então congelar, mas era tão quente, o amor, que fundiu o freezer, queimou a tomada, derrubou a energia do prédio, do quarteirão e logo o menino saiu andando pela cidade escura -- só ele brilhando nas ruas, deixando pegadas de Star Fix por onde pisava.
O que é que eu faço? -- perguntou ao prefeito, ao amigo, ao doutor e a um pessoalzinho que passava a vida sentado em frente ao posto de gasolina. Fala pra ela! -- diziam todos, sem pensar duas vezes, mas ele não tinha coragem. E se ela não o amasse? E se não aceitasse todo o amor que ele tinha pra dar? Ele ia murchar que nem uva passa, explodir como bexiga e chorar até 31 de dezembro de 2978.
Tomou então a decisão: iria atirar seu amor ao mar. Um polvo que se agarrasse a ele -- se tem oito braços para os abraços, por que não quatro corações, para as suas paixões? Ele é que não dava conta, era só um menino, com apenas duas mãos e o maior sentimento do mundo.
Foi até a beira da praia e, sem pensar duas vezes, jogou. O que o menino não sabia era que seu amor era maior do que o mar. E o amor do menino fez o oceano evaporar. Ele chorou, chorou e chorou, pela morte do mar e de seu grande amor.

Até que sentiu uma gota na ponta do nariz. Depois outra, na orelha e mais outra, no dedão do pé. Era o mar, misturado ao amor do menino, que chovia do Saara à Belém, de Meca à Jerusalém. Choveu tanto que acabou molhando a menina que o menino amava. E assim que a água tocou sua língua, ela saiu correndo para a praia, pois já fazia meses que sentia o mesmo gosto, o gosto de um amor tão grande, mas tão grande, que já nem cabia dentro dela.


Antônio Prata -

domingo, 25 de outubro de 2009



um dia você se dá conta que a melhor fase da sua vida foi sua infância, quando não precisava se preocupar com nada e com ninguém. não se preocupava com o que os outros pensavam de você, com o que seria do futuro, com brigas e problemas. você não tinha opnião pra nada e pra você tudo sempre estava bem. você não precisava de roupas de marca, nem de piercings nem de tatuagem. 5O pila era uma grana pra você. imagina quantas balas dava pra comprar? não precisava de muitos amigos porque podia imaginá-los. você desejava à união, a partilha, as brincadeiras, você desejava ser adulto. você sentia a felicidade sem motivo, sem nem saber que sentia, sem nem saber o que significava. não se perguntava quem você era, pra que tinha nascido, como o mundo existe, quem era o presidente do Brasil, o que foi a Segunda Guerra Mundial, quantas pessoas morrem de fome por dia .. e aí, um dia, um bendito dia, de repente, não mais que de repente você acorda. cai a sua ficha. alguém te da uma lambada. e percebe quantas pessoas existem a sua volta e repara que elas também reparam você. percebe que embora seja único, você é igual a todo mundo. e nessa hora você fica tonto, porque ninguém vai parar o universo pra te explicar. começa a se preocupar com as suas roupas, com escola, com seus sonhos, com o vizinho, com os outros, com os amigos, com piercings e tatuagem, com dinheiro ,com festas, com sentimentos. já não consegue ter amigos imaginários. já não consegue mais nem imaginar. e você toma rémedios pra dor de cabeça, pra emagrecer, para dormir, pra acordar, pra se acalmar;e você já não deseja união, e sente muito mais tristeza que felicidade. e o pior é que você aprende o que os dois significam, e acha que pra senti-los precisa de algum motivo .. você deixa de ser simples como um brincadeira e passa a ser complexo como a Segunda Guerra Mundial. você sofre por ver as crianças passando fome e sofre por não ter roupa pra vestir na festa de amanhã. e você se perde nesse mundo de etiquetas que nada valem, mas que sempre carregam junto um preço alto e um produto fútil. e começa a se perguntar, 'quem eu sou?' e de novo começa a ficar tonto. então você erra, e erra de novo, e pede desculpas, mas sabe que elas não apagam o passado e muito menos fazem ele voltar. e é ai que chega o dia que você relamente queria que ele voltasse. chega o dia em que você deseja ser criança : não ter mais problemas, perdoar fácil porque nem sabe o que é errar. e tudo é tão perfeito, tão alegre. e o sol? e as estrelas quando tempo faz que você não conta? o castelo de areia, o lápis de cor .. tudo acaba. a nossa vida acaba. e passamos a maior parte dela tentando desvenda-la, tentando achar nosso caminho aqui na Terra. isso tudo porque somos orgulhosos o suficiente para achar que pra toda pergunta a uma resposta, e tudo que existe tem uma razão. talvez não devemos viver cada minuto intensamente, talvez não devemos aproveitar o maximo. talvez não devêssemos nos arrepender, mas também não deveríamos pensar no 'eu não devo'. seria bom se eu pudesse descomplexar a minha vida, transforma-la numa brincadeira e não numa Guerra, pois esses dois a segunda será a pior opção. também não quero perder as coisas que me fazem mal, pois é com elas que eu aprendo a ser uma pessoa melhor . e é com elas que aprendo a enfrentar meus problemas. não quero tentar compreender o que não tem explicação, e se for para desejar voltar no tempo, que seja por causa de momentos bons, e não porque me arrependi de algo.afinal, se não fosse assim, quem sabe como seria? a única coisa que eu quero neste momento é sentir. sentir todas as emoções com intensiade, não importa quais sejam. sentir meu coração pulsar, não importa o motivo. também não importa se eu choro ou sorrio. a única coisa que importa é que estou viva agora, e como uma criança eu posso ser feliz pelo simples fato de existir. *-*

domingo, 11 de outubro de 2009


Ai, a vida. Ah vida é simplismente uma bela caixinha de surpresas. Por mais que planejamos as coisas, nem tudo sai como esperado. As vezes, as coisas podem melhorar, ou até mesmo, piorar. Mas, não é por isso que vamos deixar de viver. Pelo contrário, sabendo disso, queremos viver mais. Temos que ter o desejo de descobrir as coisas, descobrir os mistérios da vida, as coisas da vida, por mais dura que seja a realidade. Quem disse que a vida é bela, está certo. Mas, esqueceu de mostrar que a vida também não é só flores e borboletas. Esqueceu de dizer, que a vida tem seus momentos ruins, já que ela é uma caixinha de surpresas, como já disse, então não podemos prever o que vai acontecer. Não vamos saber o que virá depois. Por isso, temos que viver e descobrir. Ficar parado, com medo do que vai acontecer lá fora, ou lá na frente, é besteira. É claro que temos que nos proteger. Mas, se proteger não é sinônimo de não viver. Você não vai ficar parado, sentando esperando as coisas cairem do céu. Vá atrás, faça coisas boas, faça coisas divertidas, sorria, viva, e viva intensamente. Porque tudo, um dia vai ser passado, e não vai voltar nunca mais. Nada vai ser igual, nada. As surpresas da vida não vão aparecer pra quem ficar parado. As surpresas da vida aparecem, pra quem não tem medo de ir a luta, pra quem não tem medo de viver.